Deixou Buffon no banco, jogou com Totti e vendia cocaína
<p>Aos 45 anos, Gianluigi Buffon ainda joga. Titular intermitente da baliza do Parma na Série B, um epílogo digno, no seu primeiro clube, para um dos melhores guarda-redes de todos os tempos, dono da baliza da “<em>squadra azzurra</em>” durante mais de duas décadas e o mais internacional de sempre (176 jogos), campeão do mundo e dez vezes campeão italiano. Um gigante do “<em>calcio</em>” e do futebol mundial. Um dos poucos que sentou Gigi no banco foi Marco Caterini, em tempos considerado uma grande promessa das balizas num país habituado a grandes guarda-redes. Mas Caterini nunca foi Buffon. Nem chegou um guarda-redes adulto. E foi nesta segunda-feira condenado por tráfico de cocaína.</p><p>A imprensa italiana tem divulgado amplamente o caso nos últimos dias. Caterini, de 45 anos, foi condenado a um ano e seis meses de prisão (com pena suspensa), depois de ter sido detido em Junho do ano passado durante um negócio de droga. Segundo conta o jornal <em>Il Messagero</em>, Caterini foi detido por dois polícias à paisana no bairro de Quarticciolo, em Roma, enquanto estava estava a cocaína a dois clientes. Resistiu à prisão tentou fugir, tropeçou várias vezes e deixou tudo para trás, a carteira e as nove doses de cocaína que tinha na sua posse para venda.</p></aside><p>Acabaria por ser capturado e preso, admitindo a posse da cocaína para venda e, depois, aguardando o julgamento em prisão domiciliária. Como se perceberia depois pelo seu depoimento, Caterini, que estava desempregado (era agente de seguros, mas foi despedido) só vendia droga para suportar o seu próprio hábito de consumo.</p><p>“A minha vida mudou para os bairros da droga de Roma. Eu vendia as doses mais pequenas para poder comprar para mim”, admitiu na audiência, prometendo que irá manter-se num programa de reabilitação que começou após ter sido detido. “Quero ser um homem lúcido e um pai e, finalmente, desintoxicar-me. Estou a trabalhar nisso”, garantiu o antigo guarda-redes. O juiz do caso acreditou nele. Rescindiu-lhe a prisão domiciliária e deu-lhe uma pena suspensa.</p><p>Caterini é agora um condenado com via aberta para a redenção. Há 30 anos, era um promissor guarda-redes que crescia nas escolas da Roma, da mesma geração de Francesco Totti, que já jogava na primeira equipa com 16 anos – e por lá ficaria durante 24 anos. Era convocado com frequência para os “<em>azzurri</em>” mais jovens e, na hierarquia dos guarda-redes, ele estava à frente de Gigi Buffon.</p><p>Foi assim no Europeu de sub-16 que se realizou entre Abril e Maio de 1993, na Turquia. Com Caterini na baliza, a Itália chegou à final (pelo caminho defrontou a selecção portuguesa, que tinha dois futuros internacionais A, Mário Silva e Dani), acabando por perder na final frente à Polónia. Poucos meses depois, no Mundial sub-17 no Japão, Buffon já era o titular, Caterini, que se lesionara entretanto, não foi convocado.</p></aside></aside><p>Este foi o ponto de viragem para uma carreira que nunca o chegou a ser. Enquanto Buffon subia patamares e, aos 17 anos, já era titular do Parma, Caterini regredia. Recusou ser emprestado a um clube menor e, em 1996, a Roma deixou-o sair. Já não voltou a encontrar emprego no futebol. Tentou jogar em equipas amadoras, tentou o futsal e ainda teve um pequeno “<em>boost</em>” de visibilidade em 2013 com um documentário sobre os contemporâneos de Totti na formação da Roma que passaram ao lado de uma grande carreira. Ele era um dos protagonistas.</p></aside>
2023-03-14 20:08Aos 45 anos, Gianluigi Buffon ainda joga. Titular intermitente da baliza do Parma na Série B, um epílogo digno, no seu primeiro clube, para um dos melhores guarda-redes de todos os tempos, dono da baliza da “squadra azzurra” durante mais de duas décadas e o mais internacional de sempre (176 jogos), campeão do mundo e dez vezes campeão italiano. Um gigante do “calcio” e do futebol mundial. Um dos poucos que sentou Gigi no banco foi Marco Caterini, em tempos considerado uma grande promessa das balizas num país habituado a grandes guarda-redes. Mas Caterini nunca foi Buffon. Nem chegou um guarda-redes adulto. E foi nesta segunda-feira condenado por tráfico de cocaína.A imprensa italiana tem divulgado amplamente o caso nos últimos dias. Caterini, de 45 anos, foi condenado a um ano e seis meses de prisão (com pena suspensa), depois de ter sido detido em Junho do ano passado durante um negócio de droga. Segundo conta o jornal Il Messagero, Caterini foi detido por dois polícias à paisana no bairro de Quarticciolo, em Roma, enquanto estava estava a cocaína a dois clientes. Resistiu à prisão tentou fugir, tropeçou várias vezes e deixou tudo para trás, a carteira e as nove doses de cocaína que tinha na sua posse para venda.Acabaria por ser capturado e preso, admitindo a posse da cocaína para venda e, depois, aguardando o julgamento em prisão domiciliária. Como se perceberia depois pelo seu depoimento, Caterini, que estava desempregado (era agente de seguros, mas foi despedido) só vendia droga para suportar o seu próprio hábito de consumo.“A minha vida mudou para os bairros da droga de Roma. Eu vendia as doses mais pequenas para poder comprar para mim”, admitiu na audiência, prometendo que irá manter-se num programa de reabilitação que começou após ter sido detido. “Quero ser um homem lúcido e um pai e, finalmente, desintoxicar-me. Estou a trabalhar nisso”, garantiu o antigo guarda-redes. O juiz do caso acreditou nele. Rescindiu-lhe a prisão domiciliária e deu-lhe uma pena suspensa.Caterini é agora um condenado com via aberta para a redenção. Há 30 anos, era um promissor guarda-redes que crescia nas escolas da Roma, da mesma geração de Francesco Totti, que já jogava na primeira equipa com 16 anos – e por lá ficaria durante 24 anos. Era convocado com frequência para os “azzurri” mais jovens e, na hierarquia dos guarda-redes, ele estava à frente de Gigi Buffon.Foi assim no Europeu de sub-16 que se realizou entre Abril e Maio de 1993, na Turquia. Com Caterini na baliza, a Itália chegou à final (pelo caminho defrontou a selecção portuguesa, que tinha dois futuros internacionais A, Mário Silva e Dani), acabando por perder na final frente à Polónia. Poucos meses depois, no Mundial sub-17 no Japão, Buffon já era o titular, Caterini, que se lesionara entretanto, não foi convocado.Este foi o ponto de viragem para uma carreira que nunca o chegou a ser. Enquanto Buffon subia patamares e, aos 17 anos, já era titular do Parma, Caterini regredia. Recusou